O que penso sobre Belo Monte

Após mais de dois anos sem escrever uma linha nesse blog. Hoje, decidi voltar a ativa ( que não sei quanto tempo vai durar hehehe)

Na última semana o vídeo abaixo fez muito sucesso nas redes sociais, trazendo ao menos informados a discursão sobre a construção da usina de Belo Monte no Pará. Parte desse sucesso deve ser por conta da maior concentração de atores globais fora de uma novela nunca antes vista na "história desse país". O vídeo não me convenceu nem um pouco e até me pareceu um pouco patético. Confesso que me fez refletir sobre o assunto e consultar a veracidade do que era dito, minha opinião sobre a usina não mudou.




Hoje, eu encontrei esse outro vídeo (compartilhado por um amigo no facebook). Esse amigo, também é contra a construção da usina. Porém é a favor do bom debate. Apesar de não contar com atores da Record, o vídeo é um contra ponto ao que tem sido dito pelos globais. Achei muito mais sensato e consciente.



Desde quando comecei a receber os primeiros e-mails sobre a
usina de Belo Monte e tomei conhecimento sobre o assunto, eu sou a favor da construção da usina. Qualquer um que frequentou e prestou atenção nas aulas de geografia e física do ensino médio sabe que não existe matriz energética mais viável e sustentável que a das hidroelétricas. Também, que 500km² é muito para construir uma casinha de veraneio, mas que, ainda assim, é uma ínfima parte do território da Amazônia e do Brasil.
Acho incrível como no nosso país, pessoas que ganham a vida vendendo ilusão e fantasia tem mais credibilidade do que técnicos, cientistas e engenheiros que dedicaram o trabalho de uma vida em um projeto. Afinal os primeiros estudos para a construção da usina ocorreram há quase quarenta anos. Nesse período saímos de uma ditadura, elegemos um presidente para que seu vice assumisse, elegemos um amolfadinha escroto e vimos um vice assumir novamente, tivemos inflação de mais de 500%, trocamos de moeda seis vezes, elegemos um presidente que aprovou a reeleição para permanecer o dobro do tempo no poder, elegemos um operário pseudo-socialista que ajudou muitos bancos e agora temos uma mulher provando que não é só em casa que elas mandam. Ou seja, houveram tantas mudanças politicas e econômicas que é, no mínimo, leviano afirmar que as pessoas que dedicaram tanto tempo nesse projeto estão defendendo os interesses de um grupo em particular. Porém, realmente não sei a qual grupo interessa que a usina não seja construída.

Há muito tempo políticos e empresários sabem o quanto um porta-voz famoso ajuda a convencer o povo. Isso é feito cotidianamente para nos convencer a compra carros que não valem a metade do que custam, a fazer empréstimos em bancos com juros abusivos e a dar nosso voto para um determinado partido (se ninguém vota em Tiriricas, como eles se elegem?). Vejo uma sociedade que reclama das mazelas do país apenas por reclamar, apenas por sentir seu interesse particular ferido. Ao mesmo tempo, essa mesma sociedade não adota o pensamento critico e, como rebanho, segue o toque do boiadeiro.
A democracia não é perfeita, mas é o melhor sistema inventado pelo homem. Porém, a democracia brasileira, construída nos últimos 20 anos, consegue ser incrivelmente burra. Ninguém se entende e todas as decisões precisam se arrastar por anos. O país tem dinheiro e não consegue gastar, ao mesmo tempo em que muitos se aproveitam para pegar um pouquinho do que está “ali dando sopa”.
Nesse período, me pergunto, quantas obras (de infraestrutura, principalmente) maiores do que as executas nos períodos de ditadura foram realizadas? O que é nesse$$ário para os que hoje são contra, amanhã se tornem a favor. Eu sou a favor do meu país, nacionalista e patriota convicto. Não torço pelo primeiro lugar apenas no futebol. Quero o meu país na vanguarda, quero que ele seja o mais rico, o mais saudável, o mais bem educado e o mais querido. Porém, isso não me impede de critica-lo, e para isso não devo falar apenas dos políticos, dos empresários e dos banqueiros, devo reclamar principalmente do povo brasileiro (eu e você que lê fazemos parte dele).